Por que respirar pela boca é sinal de que algo está errado com a saúde das crianças?
- Dra. Andressa G. Sagrado
- 20 de jan. de 2020
- 2 min de leitura
A respiração oral pode estar diretamente ligada ao aumento de estruturas como as amígdalas, mas também a reações alérgicas como a rinite e sinusite.

Respirar pela boca é um importante indicativo de que a saúde respiratória de uma crianças não está normal. Apesar de comum - algumas pesquisas indicam que até metade das crianças em idade escolar podem ser respiradoras orais -, respirar oralmente está diretamente relacionado a alguma dificuldade ou bloqueio do nariz, impedindo que o fluxo de ar percorra o caminho natural para dentro dos pulmões.
Esses bloqueios são comumente causados pelo aumento dos cornetos nasais ou de estruturas ligadas ao sistema linfático como as amígdalas e a adenoide. É o que explica a médica Andressa Gervasoni Sagrado, especialista em otorrinolaringologia e cirurgia cérvico facial.
“Na faixa etária pré-escolar, uma das causas mais comum para respiração oral é hipertrofia das amígdalas ou adenoide, estrutura que fica no fundo do nariz e quando aumentada atrapalha o fluxo aéreo nasal e podem também podem causar voz abafada, halitose e dificuldade de engolir”, explica a médica, que atua no Hospital Iguaçu, em Curitiba.
Outra causa comum que leva os pequenos a respirarem pela boca é a rinite alérgica, uma doença que pode irritar e deixar inchados os cornetos nasais inferiores. Também entram como fatores estimulantes deste tipo de respiração os desvios de septo, sinusite e pólipos.
“A criança respiradora bucal terá o sono agitado, acordando várias vezes na madrugada, podendo evoluir para uma privação do sono profundo devido à apneia noturna (pausas respiratórias durante o sono). Como consequências aparecem as dificuldade de consolidação a memória, de concentração, bem como alterações na liberação do hormônio de crescimento”, explica Andressa.
Respirar pela boca cronicamente também pode alterar de forma significativa algumas estruturas do rosto e corpo da criança, deixando por exemplo, os lábios finos, a face alongada e cansada, olheiras, além de impactar em articulações como a mandíbula, causar perda auditiva pelo acúmulo de líquido na orelha média e causar uma série de complicações odontológicas como o aparecimento de cáries, erosão do esmalte dentário e alterações nas musculatura e arcada dentária.
“Ao observar que seus filhos têm respiração oral, busque seu otorrino de confiança. Existem diversos tratamentos, clínicos e cirúrgicos para sanar este problema. A opção sempre será conjunta entre o médico e os pais”, arremata a especialista.
No Hospital Iguaçu, crianças e adultos recebem atendimento de segunda a sábado. A unidade de saúde é especializada no tratamento de doenças relacionadas ao ouvido, nariz e garganta e conta com um corpo clínico com 15 otorrinolaringologistas e quatro fonoaudiólogas, além de um centro cirúrgico próprio.
Matéria originalmente publicada na Gazeta do Povo, 2020.
Meu filho mais novo sempre dorme de boca aberta. Obrigada Dra. Andressa por compartilhar seu conhecimento e alertar a população. Parabéns pelo texto.
Excelente matéria!!!